FUNDADORES

 

Pai Lucimar Jr

A caminhada espiritual de um sacerdote é marcada por encontros e descobertas que, muitas vezes, desafiam a compreensão racional, mas que se tornam fundamentais para o fortalecimento de sua missão. Para um sacerdote, essa jornada de autoconhecimento e aprendizado é uma verdadeira construção do ser. No caso deste sacerdote, sua trajetória mediúnica começou a se desenhar de forma marcante após a perda de seu avô, em 2013.

O falecimento de seu avô foi um divisor de águas em sua vida, um momento de dor, mas também de revelações espirituais. Foi nesse período de luto que ele se aproximou da umbanda, uma religião rica em tradição e espiritualidade, que logo o encantou. Fascinado pelos ensinamentos e práticas dessa religião, ele começou a se aprofundar no estudo da mediunidade, desenvolvendo sua capacidade de conexão com o plano espiritual. Sua busca por respostas e evolução espiritual o levou a conhecer outros sacerdotes e sacerdotisas de umbanda, que, com seu conhecimento e generosidade, o orientaram em sua caminhada mediúnica.

Nos anos seguintes, ele não apenas aprimorou suas habilidades mediúnicas, mas também se consolidou como um verdadeiro devoto da umbanda, respeitando sua diversidade de rituais e sua relação com os espíritos de diferentes linhas de trabalho. A presença constante desses guias espirituais e a conexão com os ensinamentos recebidos permitiram que ele amadurecesse espiritualmente e desenvolvesse uma visão mais profunda sobre o propósito da mediunidade.

Em 2020, sua jornada tomou um novo rumo quando recebeu a missão de sacerdócio. Este momento, que pode ser descrito como um chamamento divino, veio acompanhado de uma sensação de responsabilidade e consagração. Tornar-se sacerdote significava não apenas aprofundar-se no estudo da umbanda, mas também atuar de forma direta como intermediário entre o plano espiritual e os filhos da fé, auxiliando na cura, orientação e no fortalecimento espiritual daqueles que o procuravam.

No entanto, sua jornada não parou por aí. Em 2021, o sacerdote se viu diante de uma nova e fascinante vertente espiritual: o Culto Tradicional Yoruba. Conhecer essa tradição foi um passo importante para ampliar sua compreensão espiritual, pois o Culto Yoruba, com suas raízes na África e sua conexão com orixás, oferendas e rituais ancestrais, apresentou-lhe novos caminhos de aprendizado. O culto, profundamente enraizado em uma cultura rica e sagrada, se alinhava com a experiência da umbanda, mas também oferecia novas perspectivas, novas abordagens espirituais e uma sabedoria ancestral que o atraiu imediatamente.

Com o início da formação no Culto Tradicional Yoruba, o sacerdote deu um passo importante para integrar duas jornadas espirituais: a continuação de sua formação sacerdotal na umbanda e o mergulho profundo nas práticas e ensinamentos do culto. Essas duas jornadas, embora distintas, têm se entrelaçado, permitindo-lhe expandir seus conhecimentos e consolidar sua visão holística e plural da espiritualidade.

O sacerdote agora segue uma caminhada repleta de desafios e revelações, mas também de gratidão e compreensão. O desenvolvimento mediúnico e sacerdotal não é apenas um processo de aprendizagem técnica, mas, acima de tudo, de transformação pessoal e espiritual. As experiências vividas ao longo de sua trajetória têm sido o alicerce de uma vida dedicada à missão de servir aos outros, respeitando as tradições ancestrais e os ensinamentos que moldam o caminho de seu sacerdócio.


Babá Leonildo

A jornada espiritual é, muitas vezes, uma experiência pessoal e única, marcada por descobertas e aprendizados profundos sobre a vida, a fé e o universo. Em 2016, um novo capítulo começou na vida de uma pessoa que, até então, acreditava que o mundo e a verdade eram apenas aquilo que estava diante de seus olhos. Ao iniciar essa jornada, foi possível perceber que a realidade era muito mais ampla do que imaginava e que as verdades absolutas muitas vezes são construções que podem ser desafiadas pelo autoconhecimento e pela reflexão.

A princípio, a compreensão de que a espiritualidade vai além do que se conhece foi uma revelação transformadora. Embora nunca tenha tido contato direto com a Umbanda, sempre acreditou na grandiosidade de Deus e no poder de suas ações. A partir dessa visão, foi possível questionar o lugar que o ódio, o preconceito e a intolerância ocupam nas manifestações religiosas, entendendo que esses elementos não podem ser confundidos com fé genuína e verdadeira devoção. A fé, segundo essa visão, não se resume à obediência cega a dogmas ou a comportamentos litúrgicos, mas se estende para a vivência de valores como o amor, o respeito e a inclusão.

Em 2020, ao se deparar com a necessidade de organizar e orientar um trabalho espiritual, esse processo de questionamento se aprofundou. Foi nesse momento que a pessoa percebeu que sua jornada espiritual precisava ser mais estruturada, incluindo um entendimento mais claro sobre as práticas que envolvem uma sessão de Umbanda. Isso não significava apenas compreender a cerimônia, mas também entender seu contexto, seus significados e os princípios que orientam essa religião, o que representou um desafio que exigiu empenho, dedicação e respeito à sua história.

O encontro com a Umbanda trouxe não apenas a conexão com a espiritualidade, mas também o reconhecimento da importância dos saberes ancestrais e das práticas que, embora enraizadas na tradição, podem se renovar e evoluir conforme o caminhar das pessoas que se entregam a elas. Nesse percurso, em 2021, a busca por mais conhecimento levou essa pessoa a conhecer a filosofia e os ritos do Culto Tradicional Yorubá. Essa fé, mais do que uma expressão comportamental ou cultural, revelou-se uma doutrina profunda e enriquecedora, com uma base teórica sólida e liturgias que transcendem as práticas superficiais.

O Culto Tradicional Yorubá, com suas raízes no continente africano, trouxe à tona a compreensão de que a espiritualidade também é um caminho de sabedoria, que envolve aprendizado contínuo e uma conexão com os mistérios da vida. O aprofundamento nessa fé não se limitou à assimilação de práticas religiosas, mas também ao entendimento de que a fé precisa ser alimentada pelo estudo, pelo respeito e pela vivência de seus preceitos.

Essa jornada espiritual, que começou com uma percepção de que o mundo ia além daquilo que se acreditava ser a única verdade, se expandiu para o encontro com duas religiões ricas em história e significado, a Umbanda e o Culto Tradicional Yorubá. A experiência vivida é uma prova de que a fé verdadeira transcende dogmas e liturgias e que a espiritualidade se encontra nos detalhes mais profundos da vida, onde o amor, a sabedoria e o respeito são os pilares que sustentam a jornada de quem busca, com humildade, compreender o divino e a si mesmo.


Mãe Pequena Amanda Carvalho

A jornada mediúnica é, para muitos, um caminho de autodescoberta e conexão com dimensões espirituais mais profundas. Para uma pessoa que iniciou essa trajetória em 2018, o que parecia ser uma busca por respostas foi, na verdade, o despertar de uma consciência mais ampla, onde as crenças anteriores não conseguiam mais preencher os anseios mais íntimos do seu ser. A partir desse momento, o encontro com a Umbanda e seus elementos espirituais abriu novas portas para um entendimento mais pleno e verdadeiro sobre a vida, a espiritualidade e o papel da mediunidade no cotidiano.

O primeiro contato com os Encantados, entidades da Umbanda, foi decisivo para essa experiência transformadora. Foi por meio desse contato com o invisível que ela começou a compreender que a espiritualidade não reside apenas em aspectos metafísicos ou rituais distantes, mas também está profundamente entrelaçada com a vivência diária. A presença dos Encantados trouxe à tona a ideia de que a espiritualidade está “na carne cotidianamente”, como um guia para as ações diárias, para os pensamentos e para o tratamento das relações humanas. Essa revelação marcou o início de uma jornada mediúnica intensa, onde o ser não só buscava entender o que acontecia no plano espiritual, mas também se entregava à missão de incorporar essa sabedoria no seu próprio viver.

Ao longo dos meses seguintes, a busca por aprofundamento na Umbanda se tornou um processo contínuo de aprendizado, que foi guiado por dois mestres fundamentais na sua caminhada: Pai Lucimar Júnior e bàbá Francisco. Juntos, prepararam-se para um projeto grandioso que simbolizaria a união de sua fé, dedicação e missão espiritual: o Jardim do Amor Divino. Mais do que uma casa espiritual, o Jardim representava a intenção de plantar no mundo uma semente de amor, respeito e conexão com os Orixás, ancestrais e entidades espirituais que guiavam sua jornada. Através desse projeto, os mestres e sacerdotes estavam comprometidos em propagar uma tradição religiosa que fosse fiel não apenas ao culto, mas, principalmente, à prática dos valores fundamentais da Umbanda: o amor, a caridade, o respeito e a vivência de um bom-caráter.

Desde 2021, a missão do Jardim do Amor Divino se concretizou com o propósito de levar adiante o serviço aos Orixás e Mestres espirituais, com o objetivo de incorporar, na vida cotidiana, o bom-caráter, um valor essencial que estabelece uma ligação direta com as divindades. O bom-caráter, como prática e princípio, tornou-se o alicerce de suas ações, refletindo a importância de viver de acordo com os ensinamentos espirituais, sendo genuíno em seus atos e cultivando a ética e o respeito em todas as dimensões da vida. A fé, a devoção e a missão espiritual não se limitam às cerimônias litúrgicas, mas se estendem à forma como se vive e se interage com o mundo ao redor.

Além disso, ao longo dessa caminhada de transformação espiritual, ela também se dedicou ao estudo e à prática do Sagrado Feminino, sendo iniciada como sacerdotisa dessa poderosa vertente espiritual. O Sagrado Feminino, que reverencia a energia feminina como princípio de criação, nutrição e sabedoria, proporcionou um novo aprofundamento na vivência espiritual, onde o entendimento de poder, reverência e conexão com a divindade se alinha à honra das forças femininas presentes no universo. Essa jornada de se tornar sacerdotisa do Sagrado Feminino também significou integrar em sua vida um caminho de equilíbrio e harmonia entre os princípios masculinos e femininos, buscando sempre o fortalecimento do ser e a elevação espiritual.

Essa jornada mediúnica, que se iniciou em busca de uma conexão mais profunda com o espiritual, foi marcada por momentos de aprendizado, desafios e vitórias. Ao longo do tempo, tornou-se clara a missão de levar adiante um legado de amor, respeito e transformação através da Umbanda e do Jardim do Amor Divino. O caminho do bom-caráter, da fé, da devoção e da sabedoria do Sagrado Feminino continua a ser trilhado, com a certeza de que a verdadeira espiritualidade não é apenas algo que se professa, mas algo que se vive e se compartilha com o mundo.


Autor do texto: Equipe Jardim do Amor Divino.

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