A jornada espiritual é, muitas vezes, uma experiência pessoal e única, marcada por descobertas e aprendizados profundos sobre a vida, a fé e o universo. Em 2016, um novo capítulo começou na vida de uma pessoa que, até então, acreditava que o mundo e a verdade eram apenas aquilo que estava diante de seus olhos. Ao iniciar essa jornada, foi possível perceber que a realidade era muito mais ampla do que imaginava e que as verdades absolutas muitas vezes são construções que podem ser desafiadas pelo autoconhecimento e pela reflexão.
A princípio, a compreensão de que a espiritualidade vai além do que se conhece foi uma revelação transformadora. Embora nunca tenha tido contato direto com a Umbanda, sempre acreditou na grandiosidade de Deus e no poder de suas ações. A partir dessa visão, foi possível questionar o lugar que o ódio, o preconceito e a intolerância ocupam nas manifestações religiosas, entendendo que esses elementos não podem ser confundidos com fé genuína e verdadeira devoção. A fé, segundo essa visão, não se resume à obediência cega a dogmas ou a comportamentos litúrgicos, mas se estende para a vivência de valores como o amor, o respeito e a inclusão.
Em 2020, ao se deparar com a necessidade de organizar e orientar um trabalho espiritual, esse processo de questionamento se aprofundou. Foi nesse momento que a pessoa percebeu que sua jornada espiritual precisava ser mais estruturada, incluindo um entendimento mais claro sobre as práticas que envolvem uma sessão de Umbanda. Isso não significava apenas compreender a cerimônia, mas também entender seu contexto, seus significados e os princípios que orientam essa religião, o que representou um desafio que exigiu empenho, dedicação e respeito à sua história.
O encontro com a Umbanda trouxe não apenas a conexão com a espiritualidade, mas também o reconhecimento da importância dos saberes ancestrais e das práticas que, embora enraizadas na tradição, podem se renovar e evoluir conforme o caminhar das pessoas que se entregam a elas. Nesse percurso, em 2021, a busca por mais conhecimento levou essa pessoa a conhecer a filosofia e os ritos do Culto Tradicional Yorubá. Essa fé, mais do que uma expressão comportamental ou cultural, revelou-se uma doutrina profunda e enriquecedora, com uma base teórica sólida e liturgias que transcendem as práticas superficiais.
O Culto Tradicional Yorubá, com suas raízes no continente africano, trouxe à tona a compreensão de que a espiritualidade também é um caminho de sabedoria, que envolve aprendizado contínuo e uma conexão com os mistérios da vida. O aprofundamento nessa fé não se limitou à assimilação de práticas religiosas, mas também ao entendimento de que a fé precisa ser alimentada pelo estudo, pelo respeito e pela vivência de seus preceitos.
Essa jornada espiritual, que começou com uma percepção de que o mundo ia além daquilo que se acreditava ser a única verdade, se expandiu para o encontro com duas religiões ricas em história e significado, a Umbanda e o Culto Tradicional Yorubá. A experiência vivida é uma prova de que a fé verdadeira transcende dogmas e liturgias e que a espiritualidade se encontra nos detalhes mais profundos da vida, onde o amor, a sabedoria e o respeito são os pilares que sustentam a jornada de quem busca, com humildade, compreender o divino e a si mesmo.
Mãe Pequena Amanda Carvalho
A jornada mediúnica é, para muitos, um caminho de autodescoberta e conexão com dimensões espirituais mais profundas. Para uma pessoa que iniciou essa trajetória em 2018, o que parecia ser uma busca por respostas foi, na verdade, o despertar de uma consciência mais ampla, onde as crenças anteriores não conseguiam mais preencher os anseios mais íntimos do seu ser. A partir desse momento, o encontro com a Umbanda e seus elementos espirituais abriu novas portas para um entendimento mais pleno e verdadeiro sobre a vida, a espiritualidade e o papel da mediunidade no cotidiano.
O primeiro contato com os Encantados, entidades da Umbanda, foi decisivo para essa experiência transformadora. Foi por meio desse contato com o invisível que ela começou a compreender que a espiritualidade não reside apenas em aspectos metafísicos ou rituais distantes, mas também está profundamente entrelaçada com a vivência diária. A presença dos Encantados trouxe à tona a ideia de que a espiritualidade está “na carne cotidianamente”, como um guia para as ações diárias, para os pensamentos e para o tratamento das relações humanas. Essa revelação marcou o início de uma jornada mediúnica intensa, onde o ser não só buscava entender o que acontecia no plano espiritual, mas também se entregava à missão de incorporar essa sabedoria no seu próprio viver.
Ao longo dos meses seguintes, a busca por aprofundamento na Umbanda se tornou um processo contínuo de aprendizado, que foi guiado por dois mestres fundamentais na sua caminhada: Pai Lucimar Júnior e bàbá Francisco. Juntos, prepararam-se para um projeto grandioso que simbolizaria a união de sua fé, dedicação e missão espiritual: o Jardim do Amor Divino. Mais do que uma casa espiritual, o Jardim representava a intenção de plantar no mundo uma semente de amor, respeito e conexão com os Orixás, ancestrais e entidades espirituais que guiavam sua jornada. Através desse projeto, os mestres e sacerdotes estavam comprometidos em propagar uma tradição religiosa que fosse fiel não apenas ao culto, mas, principalmente, à prática dos valores fundamentais da Umbanda: o amor, a caridade, o respeito e a vivência de um bom-caráter.
Desde 2021, a missão do Jardim do Amor Divino se concretizou com o propósito de levar adiante o serviço aos Orixás e Mestres espirituais, com o objetivo de incorporar, na vida cotidiana, o bom-caráter, um valor essencial que estabelece uma ligação direta com as divindades. O bom-caráter, como prática e princípio, tornou-se o alicerce de suas ações, refletindo a importância de viver de acordo com os ensinamentos espirituais, sendo genuíno em seus atos e cultivando a ética e o respeito em todas as dimensões da vida. A fé, a devoção e a missão espiritual não se limitam às cerimônias litúrgicas, mas se estendem à forma como se vive e se interage com o mundo ao redor.
Além disso, ao longo dessa caminhada de transformação espiritual, ela também se dedicou ao estudo e à prática do Sagrado Feminino, sendo iniciada como sacerdotisa dessa poderosa vertente espiritual. O Sagrado Feminino, que reverencia a energia feminina como princípio de criação, nutrição e sabedoria, proporcionou um novo aprofundamento na vivência espiritual, onde o entendimento de poder, reverência e conexão com a divindade se alinha à honra das forças femininas presentes no universo. Essa jornada de se tornar sacerdotisa do Sagrado Feminino também significou integrar em sua vida um caminho de equilíbrio e harmonia entre os princípios masculinos e femininos, buscando sempre o fortalecimento do ser e a elevação espiritual.
Essa jornada mediúnica, que se iniciou em busca de uma conexão mais profunda com o espiritual, foi marcada por momentos de aprendizado, desafios e vitórias. Ao longo do tempo, tornou-se clara a missão de levar adiante um legado de amor, respeito e transformação através da Umbanda e do Jardim do Amor Divino. O caminho do bom-caráter, da fé, da devoção e da sabedoria do Sagrado Feminino continua a ser trilhado, com a certeza de que a verdadeira espiritualidade não é apenas algo que se professa, mas algo que se vive e se compartilha com o mundo.
Autor do texto: Equipe Jardim do Amor Divino.
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